domingo, 28 de abril de 2024

Desenhar... Ou a arte de presentear e se decepcionar


 Esta postagem começa com um pedido de desculpa caso alguma vez eu tenha te presenteado com algo o qual juguei como sendo único e de estimado valor: Um desenho…

Desde menino que me lembro de estar com um lápis na mão em busca de uma folha em branco para rabiscar. Ele tem o ‘dom’, uns diziam… – Isso não existe! – Jamais se chega a um determinado resultado sem muito, mais muito esforço com igual dedicação.

Eis então que você pensa ser legal presentear pessoas próximas com tal ‘arte’, e lá vai o idiota dedicar horas e horas em algo que poucos dão valor. O fiz sem interesse e muito menos com segundas intenções: Desejava apenas agradar na certeza de que os favorecidos se sentiriam lisonjeados.

Reconheço que o errado foi eu, afinal, se ninguém te pediu, porque iriam receber tal agrado com olhos brilhando assim como foi com o “pobre artista” quando finalizou o seu trabalho.

Então essas horas e esses anos de dedicação foram reconhecidos? Ledo engano! – A grande maioria se quer considerou expô-los em suas paredes. Esses rabiscos com esmero servem apenas para enfeitar gavetas, isso se já não foram jogados no lixo!

Mas quanto a isso antes preciso mencionar um ensinamento que demorei a compreender: Se você não tem serventia e se tu nada importa a eles, então a ausência, o silêncio e a distância vão falar mais do que qualquer palavra possa revelar quanto as suas intenções. – Quem te quer por perto, dá um jeito e se faz presente, dando valor e ficando feliz com as suas conquistas!

– É, eu sei, ninguém é obrigado a gostar de ninguém! O segredo é perceber isso antes que alguma ferida se torne incurável! – 

Eu nunca me considerei um artista, longe disso. Se cheguei a níveis aceitáveis de desenho, ou mesmo de escrita e até tocando algum instrumento, é porquê nunca desisti de nada que me propus a fazer, pois é assim como eu sou! – Se dizem que algo eu nunca alcançarei, é aí que meu corpo é reenergizado, minha vida ganha um proposito, e jamais desisto até chegar ao meu objetivo.

Mas se há algo de artista em mim, tenho de admitir que não existe nada pior do que saber que sua arte foi engavetada, esquecida, destruída, ignorada… Saber disso dói mais do que receber uma bofetada.

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